O samba da minha terra entrevista Leandro Silveira

Entrevista com o historiador e pesquisador do samba, Leandro Silveira.

Esta emissão de “O samba da minha terra” conta com a participação de Leandro Manhães Silveira como entrevistado. Leandro Silveira é escritor, graduado em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF, Brasil), mestre em História Social pela mesma universidade, e professor de História do Liceu Nilo Peçanha (Niterói, Rio de Janeiro, Brasil). Desde 2015, integra a equipe de comentaristas colaboradores de carnaval da Rádio Nacional do Rio. Leandro Silveira acompanha os desfiles das escolas de samba do Rio e de Niterói desde criança, e no decorrer da adolescência optou por ser pesquisador do tema. É coautor do livro Antigamente é que era bom. A folia niteroiense de 1900 a 1986,

editado pela Niterói Livros e lançado em 2017, com Matheus Tavares Viug e Winnie Delmar de Souza Silva. Além da atividade docente e como pesquisador, apresenta o quadro “Sintonia no Samba” (Sintonia Nacional), às terças no horário de 21h até 21:30 pela Nacional Rio, com Gláucia Araújo.

O livro surgiu do encontro dos três autores no programa de especialização sobre samba na UFF, quando identificaram a escassez de literatura sobre o carnaval e sobre as escolas de samba de Niterói. Depois de oito meses de pesquisa e outros dois anos entre escrita e edição, finalmente, foi publicado. Antigamente é que era bom. A folia niteroiense de 1900 a 1986.

Sobre o carnaval em Niterói, Leandro Silveira destaca que entre as décadas de 1920 e 1930, o carnaval niteroiense era muito alegre: era a época dos blocos de rua, entrudos e ranchos, entre eles, um dos mais famosos, o “Mimoso manacá”. A festa nos dias de carnaval acontecia no centro da cidade, nas praças, a Praça General Gomes Carneiro mais conhecida como a Praça do Rink.

Sobre o surgimento das escolas de samba de Niterói, Leandro Silveira diz que foi um processo muito parecido ao das escolas de samba do Rio de Janeiro. Em Niterói, a primeira escola de samba, “Combinados do Amor”, surge na década de 1930. Mas para falar de carnaval em Niterói, não podemos deixar de lado as duas escolas mais importantes: a Viradouro e a Cubango, duas escolas com trajetórias muito diferentes, que na década de 1980, migraram para o carnaval do Rio de Janeiro. De acordo com o entrevistado, atualmente, a Viradouro, como escola de samba do grupo especial das escolas de samba do Rio de Janeiro, leva o nome da cidade de Niterói para o mundo. Atualmente, os desfiles das escolas de samba em Niterói acontecem na Rua da Conceição, e um dos desafios, ou melhor, sonhos dos sambistas da cidade, é que os desfiles voltem à Avenida Amaral Peixoto e que a cidade, a exemplo do Rio, tenha também a sua cidade do samba.

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