De 18 a 20 de junho de 2025, o Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca organiza a oitava edição do Congresso Internacional de História, Arte e Literatura no Cinema em espanhol e em português, com o título “O cinema e a produção audiovisual diante dos desafios climáticos e a sustentabilidade socioambiental”. O VIII CIHALCEP acontecerá na Faculdade de Tradução e Documentação da USAL, localizada no centro histórico da cidade de Salamanca.
O cinema, entendido como arte e meio de comunicação, tem a capacidade de sensibilizar o público sobre problemas globais e atuais, como a crise ambiental e a sustentabilidade. Partindo de documentários até grandes produções de ficção, a Sétima Arte vem tratando dessas questões de forma diversa, evidenciando as ameaças ao Planeta e mostrando possíveis soluções. O produto audiovisual – não só o cinema, mas todos os gêneros audiovisuais – educa, inspira ações e iniciativas, mas também convoca ao debate especialistas e profissionais, em particular, e a toda a sociedade, em geral.
No entanto, a questão ambiental não está presente no audiovisual somente como tema, como história a ser contada. As produções cinematográficas e audiovisuais devem assumir um compromisso com a sustentabilidade em todos os seus processos. A indústria cinematográfica também é responsável pela produção de uma considerável pegada de carbono pelo uso de eletricidade, transporte, materiais de construção para os lugares de filmagem, além de dejetos. Contudo, nos últimos anos, vários estúdios e produtoras começaram a adotar práticas mais sustentáveis, inclusive recorrendo a uma nova figura profissional que assessora e executa ações e medidas para diminuir o impacto ambiental das produções audiovisuais.
No Brasil, tradicionalmente, o cinema ambiental aborda a riqueza da biodiversidade do país e os perigos que ela enfrenta. Mais recentemente, a produção audiovisual vem se destacando por dar visibilidade à luta de comunidades tradicionais e indígenas contra o desmatamento e a exploração descontrolada de recursos naturais, que colocam em risco a sobrevivência dessas comunidades. Projetos independentes, especialmente aqueles desenvolvidos em regiões ameaçadas pela degradação ambiental, permitem visibilizar os conflitos a que essas comunidades estão submetidas e sua imprescindível relação com o meio ambiente para a preservação de ambos. Por exemplo, o documentário premiado internacionalmente, O Território (2022) trata da resistência de um jovem líder indígena para proteger sua região contra o desmatamento, destacando a importância de conectar as perspectivas locais com a narrativa global. Por isso, o cinema também vem demonstrando ser uma grande ferramenta para a emancipação de comunidades locais, como protagonistas em todas as etapas da produção audiovisual.
Assim, o cinema não é só o espelho da nossa realidade, é também um catalizador para a mudança. Por meio do entretenimento, da educação, da sensibilização ou inspirando e inovando a partir de sua estrutura, a Sétima Arte tem um papel fundamental no nosso caminho como sociedade em direção à sustentabilidade. Nesse sentido, o Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca convoca a todos os especialistas e pessoas interessadas nessa temática a participarem deste VIII CIHALCEP para construirmos juntos um espaço de debate e intercâmbio de ideias e pesquisa.