Apesar das declarações de alguns partidos e correntes políticas críticas em relação ao processo, a globalização é um fato inegável.
A comunicação instantânea proporcionada pela internet; o acesso à informação oferecido pelo Google e pela Inteligência Artificial em escala global; os efeitos do câmbio climático em todos os ecossistemas do planeta; as alianças comerciais que ultrapassam os limites nacionais; os conglomerados políticos e defensivos; as redes acadêmicas, culturais e sociais; os movimentos migratórios que, em suas formas de emigração e imigração, afetam a maior parte dos países; os movimentos sociais e culturais globais de todas as tendências… Toda essa realidade compõe o mundo contemporâneo.
Nos últimos anos, o Brasil se consolidou como um ator fundamental na ordem global. Participa de associações políticas e econômicas como o Mercosul e os BRICS. Nestes últimos, a ex-presidenta Dilma Rousseff é a responsável pelo banco comum, cujo objetivo é a criação de uma moeda alternativa ao dólar.
No campo climático, o país é um dos principais afetados pelas mudanças do clima. Em 2025, realiza-se em Belém, em plena região amazônica, a COP 30, cuja preservação se manifesta como um tema crucial na luta contra o aquecimento global. O peso da economia brasileira na América Latina faz do país um protagonista de qualquer movimento que ocorra nesse setor na região.
O Brasil é também destino de importantes fluxos migratórios provenientes da Venezuela, Bolívia e de outros países da América Latina, ao mesmo tempo em que envia contingentes significativos de população para os Estados Unidos e a Europa — especialmente para países como Portugal, onde o número de brasileiros representa uma percentagem elevada e crescente da população.
Dessa forma, é importante que, a partir da Universidade de Salamanca, e em particular do Centro de Estudos Brasileiros, se proponha um fórum de discussão sobre essas questões e sobre o papel do Brasil em cada uma delas.
O Congresso Internacional de Ciências Sociais e Humanas propõe como tema “O Brasil diante dos desafios da globalização”, com o objetivo de debater as diversas derivações desses processos em torno das linhas temáticas: Câmbio climático, Política internacional, Multilateralismo, Fóruns internacionais, Perspectiva histórica, Movimentos sociais, Migrações, Economia, Tecnologias digitais e Ciência aberta, Educação, saúde e sociedade.
Durante os dias do congresso, os especialistas terão a oportunidade de refletir sobre uma realidade que, queiramos ou não, está transformando as nossas vidas.
Prof. Dr. José Manuel Santos
Diretor do Congresso