Bem-vindos, bem-vindas à nova temporada de “O samba da minha terra”. Esta coluna está dedicada às histórias do samba, suas músicas, seus protagonistas… E mesmo que Brasil es mucho más que samba, também é samba. E por isso, estamos aqui!
O nome desta coluna é uma homenagem a um dos clássicos da música popular brasileira, a composição homônima de Dorival Caymmi, gravada inicialmente no disco Eu vou para Maracangalha, de 1957.
E começamos esta nova temporada falando sobre as mulheres no samba. Em algumas emissões na temporada passada, falamos sobre as “tias”, essas mulheres que desempenharam um papel singular e muito importante no início do samba urbano, do samba carioca. Falamos também das ganhadeiras de Itapuã, que foi tema do samba enredo do último desfile da Viradouro, a campeã do carnaval carioca deste ano. E para este programa, contamos com uma entrevista cineasta Theresa Jessouroun, diretora do documentário Samba, de 2001.
Theresa Jessouroun é cineasta e roteirista, formada na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Trabalhou durante muito tempo com o saudoso e gênio do documentário brasileiro, Eduardo Coutinho. Um dos seus trabalhos mais conhecidos é o documentário À queima roupa, de 2014, que trata da violência e corrupção na polícia militar do Rio de Janeiro, partindo da Chacina de Vigário Geral, de 1993, onde 21 pessoas perderam a vida executadas pelas mãos da polícia militar carioca. O documentário, feito 20 anos depois dessa tragédia, mostra o medo e as consequências na vida daqueles que perderam amigos, familiares, vizinhos, com relatos que são impactantes. Em 2011, lançou também o documentário Coração do samba, recheado com a bateria da escola de samba Estação Primeira de Mangueira.
Não obstante, nesta entrevista, falamos sobre o seu trabalho Samba, de 2001, gravado também no morro da Mangueira. O filme apresenta um enfoque diferente: partindo dos relatos dos moradores do morro da Mangueira, o documentário mostra o samba como dança e a sua relação com o cotidiano da vida no morro, fugindo aos estereótipos que revestem o carnaval carioca e os desfiles das escolas de samba. Theresa Jessouroun, com muita habilidade e sutileza, abre um espaço para que as baianas, passistas, porta-bandeiras, rainhas da bateria, contém em primeira pessoa sobre suas experiências no samba como forma de vida.
Músicas do programa:
“O samba minha terra”, de Dorival Caymmi, do disco Eu vou para Maracangalha, de 1957.
“Agora chegou a vez, vou cantar: mulher de Mangueira, mulher brasileira em primeiro lugar”, de Estação Primeira de Mangueira, do disco Sambas enredos 2015, de 2015.
Referências:
Site de Kino Films.
Kino Filmes. Portfolio de Theresa Jessouroun.