Nesta edição do BMQS, recomendamos quatro filmes brasileiros para assistir em família. São longas-metragens pensados para o entretenimento dos mais pequenos, mas cujas histórias clássicas e atemporais permitem a diversão de espectadores de qualquer idade. Além disso, todos têm algo em comum: são adaptações de livros infantis de grande sucesso, o que lhes garante um público fiel e engajado. Preparem a pipoca!
Eu e meu guarda-chuva: ação e aventura em uma escola assombrada
O primeiro filme que recomendamos é Eu e Meu Guarda-Chuva, dirigido em 2010 por Toni Vanzolini e baseado no romance homônimo de Branco Mello e Hugo Possolo. O protagonista é Eugênio, interpretado por Lucas Cotrin, um garoto de 11 anos que vive com sua mãe e sente falta de seu avô falecido, que lhe deixou como herança um guarda-chuva antigo. Eugênio está secretamente apaixonado por uma colega de classe, Frida, e seu melhor amigo é um garoto desajeitado conhecido como Cebola.
Na noite anterior ao retorno às aulas, após as férias, o trio decide visitar sua nova escola e, ao entrar, descobre que o Barão von Staffen, fundador da instituição, sobre quem correm mil lendas, escapou da pintura em que estava retratado e mantém as crianças prisioneiras. Frida acaba nas garras do Barão, e cabe a Eugênio, com a ajuda de seu fiel guarda-chuva e de seu ainda mais fiel amigo Cebola, salvar a garota e seus outros colegas.
Eu e Meu Guarda-Chuva combina ação e aventura com personagens bem construídos e melhor dirigidos. A mistura de um tom sombrio com piadas leves e juvenis agrada às crianças sem entediar os pais, o que é muito apreciado.
Em 2011, o longa foi indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro nas categorias de melhor filme infantil, melhor roteiro adaptado, melhor figurino, melhor maquiagem e melhores efeitos especiais, levando para casa o prêmio de melhor filme infantil.
As aventuras do avião vermelho: o poder da imaginação
O próximo filme de que falamos é uma animação baseada no romance de Erico Veríssimo: As Aventuras do Avião Vermelho. O livro foi escrito em 1936, numa época especialmente complexa no Brasil, às portas da ditadura conhecida como Estado Novo, mas o filme, dirigido por Frederico Pinto e José Maia e lançado em dezembro de 2014, adapta as aventuras do protagonista para os dias atuais, onde os computadores e videogames disputam a atenção das crianças com os brinquedos tradicionais.
Tudo gira em torno de Fernandinho, um menino hiperativo que vive com seu pai viúvo e uma empregada, Josefina, que cuida da casa. O garoto não tem amigos na escola, e seus únicos companheiros são um boneco de madeira chamado Chocolate e um ursinho de pelúcia. Seu pai tem uma relação um pouco distante com ele, tentando conquistá-lo com brinquedos, sempre com pouco sucesso, até que decide presenteá-lo com o livro que marcou sua infância: O Capitão Tormenta.
Fernandinho se apaixona pelo livro, mas também fica preocupado ao saber que o protagonista da história está preso na Rússia. Ele decide então organizar uma expedição para salvar seu herói…
Se quiserem saber o final, recomendamos a leitura do livro de Veríssimo e, claro, assistir ao filme, cujo trailer deixamos abaixo.
Agora ficamos sérios com Corda Bamba – História de uma Menina Equilibrista
Raros são os filmes que tratam a criança não necessariamente como um adulto, mas com algum grau de seriedade, abordando temas da vida real, como a morte. Essa é a proposta do filme de que falamos a seguir: Corda Bamba – História de uma Menina Equilibrista, adaptação do livro homônimo de Lygia Bojunga Nunes.
Maria, interpretada por Bia Goldenstein, é forçada a deixar o mundo do circo para viver com sua avó. Caminhando sempre nessa linha tênue que separa o cômico do trágico, Corda Bamba acompanha a busca de Maria, determinada a recuperar a memória perdida devido a um trauma passado. A corda bamba, ou fio de arame, adquire então tons metafóricos, transformando-se num caminho – tortuoso e difícil – para o inconsciente da protagonista, onde ela pode vagar por portas que se abrem em um corredor escuro.
Dirigido por Eduardo Goldenstein e lançado em 2013, este filme é uma boa opção para os pré-adolescentes, que já deixaram os desenhos animados para trás.
O menino no espelho
A última recomendação do programa é O Menino no Espelho, baseada na obra do prolífico escritor mineiro Fernando Sabino.
O filme, dirigido pelo jovem diretor Guilherme Fiuza Zenha, se passa em um passado bucólico, onde as crianças crescem brincando na rua e não em seus quartos, grudadas na tela do computador. A história gira em torno de Fernando, interpretado por Lino Facioli, um garoto de 10 anos que vive no Belo Horizonte dos anos 30, junto com seu irmão mais novo e seus pais.
Como qualquer criança, ele prefere brincar com seus amigos a perder tempo com coisas inúteis como a escola ou as tarefas domésticas. Cansado de não ter horas suficientes no dia, a solução para seu problema se apresenta quando, de repente, seu reflexo ganha vida e abandona o espelho de seu quarto. Fernando então aproveita seu duplo para dividir suas tarefas e curtir o tempo livre para brincar.
O filme conta com uma excelente direção de arte e cenografia, que utilizou a cidade mineira de Cataguases para recriar o Belo Horizonte do passado. É uma história sobre a inocência, não só da criança, mas do próprio mundo em que vivemos…