O CEB inaugura no próximo 29 de novembro, às 12h00, a exposição fotográfica “No Xingú há mais de 100 anos”, de Camila Vinhas Itavo.
A mostra pretende dar visibilidade à raíz do povo brasileiro. As suas imagens revelam o dia a dia da vida na aldea de Kamayurá, no Parque Nacional do Xingú, no estado do Mato Grosso (Brasil). Ainda assim, as imagens pretendem refletir os desejos de uma nova geração de indígenas e os conhecimentos do Pajé do Xingú, Takumã Kamayura, o mais antigo e reconhecido líder espiritual da tribo. As fotografias retratam um cenário prestes a ser modificado completamente com motivo da abertura da Represa Belo Monte, que preve uma diminuição de 80% do volume de água do rio Xingú. , que podrá visitarse en el Palacio de Maldonado hasta el próximo 22 de diciembre,
O PROJETO
Em fevereiro de 2011, a autora viajou até a aldeia de Kamayurá respondendo a um convite do Pajé. Com um carregamento de 450 kilos de alimentos, percorreu extensas e tortuosas veredas que a levaram ao interior do país. Permaneceu ali durante mais de um mês, alojada na oca ou na casa comunal do Pajé, com a eletricidade proporcionada por um gerador de gasolina, permanentemente danificado.
Durante a sua estada, o Pajé Takumã lhe contou sobre o seu encontro com o então presidente da República do Brasil, Jânio Quadros, na época da criação do Parque Nacional (1961), um parque dizimado pelo desmatamento. Assistiu também a preparação da mandioca para a elaboração do beiju, um tipo de pão sem fermento que, com o peixe, é o principal alimento dos indígenas. E, sobretudo, experimentou em primeira pessoa a vida na aldeia, suas liberdades e responsabilidades.
Este trabalho tem um caráter documentário e histórico e se apresenta como testemunho de uma organização ancestral, de um modo de vida completamente integrado à naturaleza em pleno século XXI.
CAMILA VINHAS ITAVO
Bailarina, fotógrafa e jornalista, Camila é licenciada pela Universidade Estadual de São Paulo (UNESP, Brasil). Desde 1997, trabalha em diferentes estúdios e projetos de dança como o Primeiro Encontro Internacional de Contato Improvisação de São Paulo (2008) no Centro de Dança Humberto Silva, o teatro/dança “Mulheres em retalhos” (2010) e o “Para Caiçara Jams”, realizado com o patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura de Santos (São Paulo, 2013), entre outros. Em 2011, recebeu el Proac, o prêmio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo para desenvolver a exposição fotográfica individual “No Xingú há mais de 100 anos”. Produtora do documentário “Gesta do Gesto”, em 2017 finaliza uma pós-graduação em Cinema e Audiovisual na Universidade Estadual de Goiás e se matricula no Mestrado em Performances Culturais da Universidade Federal de Goiás. Entre 2017 e 2018, formou parte da equipe do projeto “Não posso esquecer”, como fotógrafa e preparadora corporal da atriz e fundadora do projeto, Maria Ângela de Ambrosis Machado.
Em 2019, levou a exposição “No Xingú há mais de 100 anos” ao 31º Inverno Cultural de São João del-Rei (no estado de Minas Gerais), mostra que também seria inaugurada no SESI de São Paulo, suspendida com motivo da pandemia. Em 2020, iniciou o doutorado em Performances Culturais na Universidade Federal de Goiás.
Assista a entrevista concedida por Camila à FCHB no último mês de junho, disponível neste link.
A exposição estará aberta à visitação no Centro de Estudos Brasileiros (Plaza de San Benito, 1. Salamanca) de 29 de novembro a 22 de dezembro de 9h00 às 14h00. A entrada é livre, respeitando sempre as medidas de segurança.