O projeto “Beleza Ameaçada” (Belleza Amenazada) surgiu por acaso, em 2013, quando o autor pesquisava uma maneira de fotografar colisões de tinta, os chamados “splashes”, com a intenção de criar um produto comercial para a Copa do Mundo de 2014. Trabalhar com impactos de líquidos em movimento em frações de milésimos de segundo, supõe muitos ensaios e erros. Inclusive, com um planejamento apurado, com equipamentos sofisticados e precisos, e precisos, não é possível prever qual será o exato resultado final. Em outras palavras: cada foto é única e irrepetível. Fascinado, observou que alguns “splashes” pareciam ter sido provocados pelo farfalhar das asas de um pássaro se banhando em pequenas poças de líquidos coloridos e pensou que este era o segreto da natureza para combinar as cores naturais das plumagens das aves. Surgiu então a ideia de fotografar aves volando, usando as mesmas técnicas e equipamentos de alta velocidade que nos “splashes”.

Como no Brasil é proibido por lei fotografar aves silvestres fora de seu habitat natural, a não ser aquelas domesticadas ou nascidas em cativeiro, o autor recorreu à ajuda e supervisão do Zoológico do Balneário de Camboriú em Santa Catarina, para fotografar algumas espécies ameaçadas de extinção. Não obstante, para continuar o projeto, o desafio de encontrar novas aves permance. É difícil encontrar protetoras dispostas a cooperar. A intenção é conscientizar e proteger as nossas aves em risco. O ensaio mostra, através de “splashes” de tinta, e da desconstrução das cores das aves, o risco que elas próprias correm.Um paradoxo e uma analogia entre a beleza e a ameaça.