Na terça-feira, 5 de novembro, às 11 horas, o Centro de Estudos Brasileiros inaugura a exposição Direito à Memória, à Verdade e à Justiça. A Comissão Nacional da Verdade investiga as graves violações de direitos humanos cometidas pela ditadura militar no Brasil (1964-1985).
O evento contará com a presença do professor Pedro Dallari, diretor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (Brasil) e coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV) do Brasil.
Sobre a exposição
A exposição é uma iniciativa do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Salamanca, em colaboração com a Coordenação Regional do Arquivo Nacional no Distrito Federal (Brasília, Brasil), e reúne uma seleção de mais de 50 fotografias da exposição original sobre a Comissão Nacional da Verdade, inaugurada pela primeira vez na Faculdade de Geografia e História da USAL, em novembro de 2015. A exposição oferece ao público a oportunidade de conhecer o trabalho de investigação da Comissão durante os trinta e um meses de seu funcionamento, entre 16 de maio de 2012 e 10 de dezembro de 2014, data da entrega de seu Relatório à Presidência da República.
Durante esse período, a CNV buscou esclarecer a autoria das graves violações de direitos humanos cometidas contra a população brasileira durante a ditadura militar, e identificar seus responsáveis para efetivar o direito à verdade histórica e à reconciliação nacional.
A exposição apresenta, assim, algumas abordagens dos diversos campos de atuação da Comissão em território brasileiro: coleta de depoimentos de vítimas sobreviventes e de familiares de mortos e desaparecidos políticos; audiências públicas para apresentação de relatórios de investigação; declarações de ex-agentes de repressão; divulgação de estudos periciais e reconhecimento das instalações militares associadas a graves violações de direitos humanos; e desenvolvimento de atividades com as Comissões da Verdade estaduais e municipais, comitês populares de memória e justiça e entidades de direitos humanos.
A mostra constitui, ainda, uma homenagem a Vivien Ishaq, pesquisadora do AN em Brasília (DF, Brasil) e gerente-executiva do Relatório da CNV. Seu envolvimento pessoal neste projeto foi essencial para realizá-lo e nos ensinou que “memória”, “verdade” e “justiça” são muito mais que palavras.
Direito à Memória, à Verdade e à Justiça. A Comissão Nacional da Verdade investiga as graves violações de direitos humanos cometidas pela ditadura militar no Brasil (1964-1985) está aberta à visita de 5 a 15 de novembro no Palácio de Maldonado, de segunda a sexta-feira, das 9 às 14 horas, e faz parte das atividades organizadas para celebrar os dez anos da entrega do Relatório da Comissão Nacional da Verdade do Brasil à Presidência da República.
Para saber mais
Consulte aqui os dois volumes do Relatório da Comissão Nacional da Verdade do Brasil. A obra, publicada por Ediciones Universidad de Salamanca, oferece a tradução para o espanhol de partes selecionadas do Relatório da CNV apresentado à Presidência da República em 10 de dezembro de 2014. A obra é a primeira tradução para o espanhol do Relatório original, além de um material fundamental para pesquisas históricas, jurídicas e políticas sobre justiça de transição. Baixe a obra completa de forma gratuita no site de Ediciones Universidad de Salamanca e no Google Play.
Também pode ser consultado o terceiro número da Revista de Estudos Brasileiros, cujo Dossiê temático é dedicado à Ditadura e ao trabalho da CNV e ao catálogo da exposição “Direito à memória, à verdade e à justiça”.