No próximo dia 17 de novembro, a partir das 18 horas, o CEB acolhe a conferência “Mocambos e quilombos na história do Brasil”, que ministrada, em espanhol, pelo professor José Luis Ruiz Peinado Alonso da Universitat de Barcelona (UB, Espanha).
A conferência poderá ser acompanhada presencialmente no Palácio de Maldonado (Praça de São Benito, 1) e ao vivo através das redes sociais do CEB: Facebook e YouTube. A entrada é gratuita até a lotação ser completada.
Quilombos e mocambos
O caso do Brasil é especialmente interessante no que diz respeito às palavras “mocambos” e “quilombos”, ambas de origem banta, utilizadas para designar o cimarronaje (fuga e resistência de pessoas escravizadas). É provável que o uso, no Brasil, desses dois termos de origem africana se deva à experiência prévia que os portugueses já possuíam na África antes de ocuparem os territórios brasileiros.
Não por acaso, os primeiros mocambos/quilombos foram organizados nas possessões de São Tomé e na própria Angola, onde a fuga de pessoas escravizadas das plantações e dos povoados se tornou um verdadeiro pesadelo para os colonizadores.
Stuart Schwartz afirma que a palavra “quilombo” começou a ser usada no Brasil a partir de 1691, em referência a Palmares, e que seu emprego se difundiu a partir desse momento. Segundo o autor, a coincidência cronológica entre Palmares e a generalização do termo “quilombo” não é casual, já que Palmares representava a recriação de uma instituição africana — o kilombo — concebida para unir diferentes povos e possibilitar uma organização militar eficaz. E Palmares foi o maior quilombo das Américas.
O conferencista
José Luis Ruiz Peinado é professor na área de História da América da Universitat de Barcelona. As suas linhas de investigação são o Património arqueológico e cartográfico de comunidades indígenas e afro-americanas no nordeste do Brasil. Publicou um livro baseado na sua tese de doutoramento sobre resistência e quilombos no Brasil, e outro, junto a Javier Laviña, intitulado Resistencias esclavas en las Américas. A sua publicação mais recente intitula-se “Ondulando o Atlântico através da fé, mercados de almas e redes religiosas”, na obra coletiva Redes y circulación en Brasil durante la Monarquía Hispánica (1580-1640) (Silex, 2019). É membro do “Finisterra_lab” da Universidade de São Paulo (USP) e do Grupo de Investigação Reconhecido (GIR) BRASILHIS. História do Brasil e o mundo hispânico em perspectiva comparada.