Este livro pretende ser uma nova contribuição ao estudo da obra de um autor complexo e muito pesquisado, especialmente no Brasil, mas também em outros países. Ao longo do livro, se aborda o estudo sobre a obra de João Guimarães Rosa (Cordisburgo, Minas Gerais, 1908 – Rio de Janeiro, 1967) é abordado a partir de diferentes perspectivas, um escritor que, como indica Carlos Nejar, “foi, acima de tudo, um genial poeta que não se satisfez com rimas, nem com o tamanho regular do poema, transpôs os litorais da prosa, as montanhas da ficção, os rios selvagens das metáforas, domou os cavalos dos géneros, dobrou as colinas da sintaxe, colheu as pedras do cosmos, alargou o ritmo das ondas, [e] poetizou o romance que mudou de rosto”. Marco Lucchesi abre a obra com um poético texto no qual a obra do mineiro dialoga com a dos mais importantes autores da Literatura Universal para mostrar como todos eles formam uma rede de redes porque formam parte da História da Cultura. Sem abandonar o enfoque comparativo, os diferentes narradores de Saraganase são analisados, a linguagem poética em Rosa e Euclides da Cunha, busca-se traços budistas em Grande Sertão: veredas, compara-se a obra magna do escritor de Minas com os Romances espanhóis, com os Romances de cavalaria ou com outro livro universal, Quijote de Cervantes. Inclusive, a obra propõe uma leitura do grande romance rosiano a partir da perspectiva de Walter Benjamin e comenta algumas adaptações para o cinema dos textos do escritor. A obra de Rosa que mais estudos reune nestas páginas é, sem dúvida, Grande Sertão: veredas, mas também Saragana, Buriti, Manuelzão e Miguilim, “Meu tio o iauaretê”, “Os chapéus transeuntes”, “Páramo” y la correspondencia del autor mereceram a atenção dos pesquisadores. Neste link pode baixar o índice da obra. O livro está à venda na página de Ediciones Universidad de Salamanca.