#DicaUSAL: a Rádio USAL

Nova entrega da série #DicaUSAL traz a Rádio USAL e o seu compromisso com a divulgação do conhecimento.

Nesta nova entrega da série #DicaUSAL falamos sobre a Rádio Universidad de Salamanca. Se você quer conhecer a Universidade de Salamanca, os serviços que oferece à comunidade universitária e os recursos que também estão disponíveis com um “clique”, leia até o final porque este podcast está dedicado à Rádio USAL.

Era uma vez...

A Rádio USAL foi criada em 1995, e desde a sua criação é coordenada por Elena Villegas, que há mais de 25 anos conduz a programação desta rádio universitária, em colaboração com os alunos da Faculdade de Comunicação Audiovisual da USAL, além de outros colaboradores como estudantes, professores e profissionais da comunidade universitária, e conta também com a participação de organizações socioculturais da cidade e província de Salamanca.

No início, os estúdios da rádio estavam na Faculdade de Comunicação Audiovisual da USAL, e em 2005, os estúdios passaram para o edifício do Aulario San Isidro, e em 2015, para o edifício I+D+i da USAL, onde permanecem até hoje.

O ano de 2002 marcou uma nova fase na rádio, com o começo das emissões através da internet, permitindo uma maior divulgação e alcance de sua programação. A realização e programação da Rádio USAL se devem em boa medida aos estudantes da Faculdade de Comunicação Audiovisual da USAL, que são fonte de inovação e jovialidade.

Segundo Elena Villegas,

El equipo de la emisora cambia cada año con la llegada de nuevos becarios de Comunicación, con lo que ello supone de innovación y juventud. Es una radio siempre joven, que muestra a los jóvenes las principales técnicas de la radio y, sobre todo, la importancia de la voz como instrumento de comunicación.

E como os estagiários vivem essa experiência numa rádio universitária? Sobre este tema, Alberto Marcos, da área de Comunicação institucional da USAL, fala das “dores e delícias” dos primeiros anos na Rádio USAL. Para o entrevistado, um dos maiores desafios foi montar 24 horas de programação, construída com a participação de muitas pessoas que, por outro lado, era muito enriquecedor.

Con todo lo que mejor recuerdo es la gente, toda la gente que venía a hacer programas, toda la gente que te enriquecía sin ni siquiera darse cuenta de que lo estaban haciendo, hablando de multitud de cosas, de idiomas, como puede ser el caso de vuestro programa que habla mucho de la cultura y del idioma portugués de Brasil, pero de todo, también de ciencia, de cine, de literatura, de música, eso es algo que para mí es lo más bonito de la radio y, sobre todo, de radio Universidad que te abre la ventana a multitud de personas y a todo lo que opinan, a todo lo que saben, y eso te nutre y te hace crecer.

E o nosso Brasil es mucho más que samba? Onde estava? Para responder essa pergunta, acudimos a Esther Gambi (a voz espanhola do programa!), aqui desde a emissão 1. O BMQS começou a ser emitido em 2007 e, no início, o programa abordava temas da atualidade brasileira e num segundo momento, as entregas tratavam de temas diversos da cultura brasileira e das atividades do Centro de Estudos Brasileiros.

El formato del programa (…) era muy distinto a lo que podemos disfrutar ahora: consistía en pequeñas entrevistas sobre algún tema de actualidad o sobre alguna noticia de Brasil que hubiera trascendido en la prensa española, (…). La temática era ecléctica y difícil de mantener en el tiempo, porque exigía que los distintos colaboradores del Centro supieran un poco pues de casi todo. Por eso, después de algunos programas, Elena [Villegas] nos dio libertad para hablar de lo que quisiéramos, dejó los micrófonos en nuestras manos y comenzamos a plantear cuestiones que nos resultaban más afines, más interesantes y, sobre todo, vinculadas a las actividades del Centro y a la cultura brasileña. Con el tiempo, y el inestimable apoyo de numerosos colaboradores, el programa fue evolucionando, aparecieron y desaparecieron columnas y secciones, grabamos nuestra propia cabecera, hablamos de música, de cine, de educación, de historia, de tradiciones culturales, en fin, de todo aquello que nos apasionaba y que nos apasiona, intentando siempre transmitir un poco de esa emoción a los oyentes y esperamos haberlo conseguido.

Atualmente, e ao longo de cada ano letivo, a rádio tem aproximadamente 50 programas, que são realizados por colaboradores dos mais diversos setores da comunidade universitária: estudantes, professores, trabalhadores da instituição, assim como organizações que colaboram com a universidade. Para Ana Conde, estudante do terceiro ano de Comunicação Audiovisual da USAL (e pianista zamorana), as

colaboraciones con todos los estamentos que componen la universidad es una seña distintiva de la radio, donde todas las voces se unen configurando un hermoso abanico, que si se escucha con atención nos da una buena idea de lo que es la Universidad.

A rádio universitária na divulgação do conhecimento

A abertura para participar na programação da rádio é uma parte muito importante no diálogo entre uma instituição universitária e a sociedade; é também uma parte do compromisso com a comunicação e divulgação do conhecimento produzido na instituição. Além disso, é uma forma de abrir a Universidade à participação da cidadania. E sobre este tema, os estagiários da Rádio USAL Ana Conde e Victor Merino (estudante do quarto ano da Faculdade de Comunicação Audiovisual) consideram que as rádios universitárias são um espaço propício “de convivencia, intercambio de ideas, debate y de crecimiento personal” (Victor Merino).

Victor Merino afirma:

La valoración de la radio Universidad de Salamanca es totalmente positiva. Creo que ha demostrado a largo de toda su vida, una utilidad grande para los objetivos de la propia universidad, y así lo sigue siendo. Formando e informando y entreteniendo, como cualquier medio de comunicación y con un fuerte compromiso ético, subrayando la importancia de la comunicación y la formación en valores.

A rádio como meio de comunicação – e até mesmo como tecnologia – e a forma de consumir rádio mudaram muito ao longo dos últimos anos, e vemos isso também na trajetória da Rádio USAL. A possibilidade de transmissão pela internet e os formatos de podcast foram decisivos para uma maior difusão de seus conteúdos, da sua programação, extrapolando qualquer tipo de fronteiras. E mesmo com todas essas transformações, a rádio continua sendo um meio de comunicação fantástico e fundamental para alcançar o grande público.

Em seu depoimento, Alberto Marcos avança num aspecto fundamental: a importância da rádio de uma universidade pública como ferramenta democrática para a transmissão do conhecimento, para trabalhar “um jornalismo muito mais bonito” e independente, e que por isso mesmo, une Universidade e sociedade.

En mi opinión, las radios universitarias ahora mismo son unos medios fundamentales, como cualquier otro medio que surja desde la Universidad. Y esto es porque son los únicos medios a día de hoy que no dependen de la publicidad, y que, por lo tanto, son los únicos que verdaderamente pueden ser independientes. Creo que los medios universitarios, y muy especialmente en las radios universitarias, son un vehículo perfecto para trabajar un periodismo mucho más bonito, a lo mejor que el que vemos a diario, y desde luego, desde mi punto de vista, mucho más interesante. Y en ese sentido, que además de ser un medio independiente es un medio que casualmente vincula a la sociedad con la Universidad desde las dos puntas, es decir, son medios que se hacen desde la Universidad, pero que muchas veces involucran a gente de toda la sociedad, me parece que funciona muy bien como un vehículo de cohesión entre todos, que, igual ese diálogo que se produce en la radio cada día es lo que más necesitamos a día de hoy.

Esther Gambi complementa essa ideia da rádio pública e democrática, considerando que as rádios universitárias desempenham também uma tarefa fundamental de transmitir numa linguagem mais coloquial, um conhecimento que, de outra forma, ficaria mais restrito às fronteiras da Academia.

Las radios universitarias cumplen, creo yo, un papel fundamental, pues son el escaparate de muchas ideas y profesionales que acercan a la sociedad temas y preocupaciones que de otro modo permanecerían reservadas para los expertos. La radio es un extraordinario vehículo de comunicación y con el actual formato de podcast lo es todavía más, porque permite llegar a más gente, más lejos y durante más tiempo. La Universidad, que tiene un indiscutible papel no solo como creadora, sino también como transmisora de conocimiento, no podía dejar de lado este medio de comunicación, sin explotarlo a fondo, además el hecho de ser una radio pública y abierta a toda la comunidad universitaria, que le da mucha libertad de contenidos, formatos y protagonistas, que son infinitamente plurales.

“Uma andorinha só não faz verão”...

Ao longo de seus 17 anos, muita gente passou pelo Brasil es mucho más que samba, e todas as contribuições foram importantes para o programa. Compartilhamos aqui os depoimentos de três colaboradores: em primeiro lugar, Michelle Fernández, atualmente professora da Universidade de Brasília, destaca que a sua experiência no programa lhe ajudou a aprender a aproximar temas mais acadêmicos ao grande público. 

Durante o meu doutorado, eu estive vinculada ao Centro de Estudos Brasileiros como bolsista, como assistente de projeto, e durante pouco mais de dois anos participei do programa “Brasil é muito mais que samba”, na rádio da Universidade de Salamanca. Participar da condução desses programas foi algo super enriquecedor para mim, eu pude aprender bastante nesse processo, aprender sobre como comunicar temas para grandes públicos, para as pessoas que não têm tanta afinidade com esses temas. No projeto, a gente trouxe temas vinculados à sociedade brasileira, à cultura brasileira, temas os mais diversos, e dessa maneira, a gente também pode apresentar, assim como até hoje faz o “Brasil é muito mais que samba”, apresentar o Brasil na Espanha, apresentar o Brasil dentro da comunidade acadêmica e da Universidade de Salamanca.

O segundo áudio é de Ricardo Viel, que nos acompanhou no programa ao longo de 2012, e atualmente é diretor de comunicação da Fundação José Saramago, em Lisboa. Em seu depoimento, Ricardo destaca a importância de um espaço para a língua portuguesa na rádio universitária.

Faz muito tempo, o tempo passar muito rápido, mas eu lembro que era muito agradável fazer o programa com vocês e fico muito feliz de saber que o programa ainda existe, que vocês continuam aí, e ficou ainda mais feliz em saber que agora vocês, às vezes, fazem um programa em português, que também é uma maneira ótima de, enfim, de se comunicar com as pessoas que falam português e de divulgar a nossa língua, de aproximar a nossa língua e a nossa cultura às pessoas que que não são, que não falam português. E acho que é um trabalho muito importante, essa possibilidade de ter um programa, enfim, de ter uma emissão na rádio que não é voltada, não é pensada de uma forma comercial, poder oferecer uma programação alternativa para as pessoas, acho que isso é muito importante.

E o último áudio é de Tâmira Gressoni, formada em Comunicação Audiovisual pela Universidade de Salamanca, e que durante o estágio de final de curso participou na condução e produção do BMQS. Para ela, essa primeira experiência profissional na rádio, num meio de comunicação de massa, foi muito enriquecedora, entre outros motivos, por poder aproximar o Brasil da Espanha.

Entre 2010 e 2014, eu me graduei em Comunicação Audiovisual na Universidade de Salamanca, o que foi possível por meio do programa “Universidade para todos”, o PROUNI, do governo federal do Brasil em parceria com a USAL e com o Banco Santander. Há mais ou menos 10 anos, entre 2013 e 2014, eu estava concluindo a graduação e fiz o meu estágio, tive a honra de realizar o meu estágio, no Centro de Estudos Brasileiros, o CEB. E a maior parte desse meu período de práticas foi na produção do programa de rádio “Brasil es mucho más que samba”, o que foi uma grande oportunidade, um grande desafio e uma excelente experiência. E eu digo que, com toda certeza, essa oportunidade foi muito enriquecedora, sobretudo pela possibilidade de colaborar com essa conexão entre culturas, do Brasil e da Espanha, especialmente sob uma perspectiva acadêmica, de uma jovem universitária. E esse ponto é importante, porque o meio rádio, ele aproxima ainda mais esse vínculo com a comunidade, ele é de fácil consumo, é prático, dinâmico e muitas vezes funciona de fato como uma companhia, não é à toa que seja por ondas ou por meios digitais, como os podcasts, a rádio, o áudio, segue fazendo parte das nossas vidas, do nosso dia a dia, e seguirá fazendo.

A rádio universitária, e a Rádio USAL também, se adaptou às novas tecnologias, a novas formas de contar histórias, e se mantem em transformação para continuar a ser o que são, um espaço democrático de diálogo e de compartilhamento de conhecimento e experiências.

Como es de bien nacidos ser agradecidos, agradecemos a todas as pessoas que participaram desta emissão, e a todas e todos os colaboradores da Rádio USAL.

Quanto a você que chegou até aqui na leitura, sintoniza a 89 FM de Salamanca ou guarda na janela do seu navegador preferido: radio.usal.es.

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