No próximo 28 de março, a partir das 12h00 (CET), o CEB acolhe a apresentação do livro El ferrocarril del Diablo, de Blanca Azcárate Luxán e José Julio Rodríguez Hernández. A obra, publicada pelo Ministério de Inclusão, Seguridade Social e Migrações, narra a odisseia dos trabalhadores espanhóis na floresta amazônica, segundo a memória da viagem do inspetor de emigração Leopoldo de D’Ozouville em 1912.
O evento terá formato híbrido e poderá ser acompanhado presencialmente no Palácio de Maldonado (Plaza de San Benito, 1. Salamanca) e através das redes sociais do CEB: Facebook e YouTube. A entrada é livre até completar a lotação.
O trem do Diablo

A linha de trem Madeira-Mamoré, construída entre 1907 e 1912, unia as cidades de Porto Velho e Guajará-Mirim, no estado de Rondônia (Brasil). O trem foi obra do empresário norte-americano Percival Farquhar e tinha como propósito transportar a produção de borracha da Bolívia e do Brasil até o porto de Belém, no Atlântico. Também conhecido como o Trem do Diablo por causa das muitas mortes que aconteceram durante a sua construção, o último trecho da ferrovia foi inaugurado em 30 de abril de 1912. Em outubro do mesmo ano, Leopoldo D’Ozouville de Bardou, inspetor de emigração, recebeu instruções do Conselho Superior de Emigração espanhol para investigar a situação dos trabalhadores da ferrovia. D’Ozouville elaborou o relatório que serve de base para o livro que agora se apresenta.
El ferrocarril del Diablo revela a presença espanhola na construção da linha do trem Madeira-Mamoré, contextualizando-a historicamente, seu marco normativo, econômico e migratório da época e revelando as duras e extremas condições de trabalho dos operários que tornaram possível o projeto. O livro também oferece uma aproximação à odisseia migratória no início do século XX e uma reflexão sobre a origem de alguns problemas atuais tanto do Brasil como de outros lugares do globo.
Sobre os autores

Desde 2020, José Julio Rodríguez Hernández é subdiretor Geral de Cidadania Espanhola no Exterior e Políticas de Retorno na Secretaria de Estado de Migrações do Ministério de Inclusão, Seguridade Social e Migrações. Licenciado em Direito pela Universidade de Salamanca, pertenece ao Corpo Superior de Técnicos da Seguridade Social.
Cursou Jornalismo na Faculdade de Ciências da Informação da UCM e de Comunicação Pública no INAP, exercendo durante vários anos como diretor e coordenador editorial da revista Carta de España.
Ao longo de sua carreira administrativa, ocupou cargos nos âmbitos da Seguridade Social (especialmente na Tesouraria Geral) e de Migrações (sobretudo vinculados com a Emigração e a Cidadania Espanhola no Exterior). Nos últimos anos, atuou como Conselheiro de Trabalho, Migrações e Seguridade Social no México, Cuba e América central entre 2017 e 2018, e Conselheiro Técnico na área de Relações Internacionais do Ministério do Trabalho.
É coautor dos livros Pasajeros de tercera clase e El ferrocarril del diablo, e do catálogo da exposição Memoria Gráfica de la Emigración Española, além de vários artigos e reportagens na revista Carta de España.

Blanca de Azcárate Luxán é doutora em Ciências da Natureza pela Philipps-Universität de Marburgo (Alemanha), e em Geografia pela Universidade Complutense de Madri, depois de ter se especializado em Geografia e Sociologia em ambas as universidades. Trabalhou como colaboradora científica no Instituto de Estudios Geográficos da Universidade de Marburgo e como professora titular de Análise Geográfica Regional no Departamento de Geografia na Universidade de Extremadura e na Universidade Nacional de Educação à Distância (UNED, Espanha).
As suas pesquisas estão relacionadas com a temática da emigração e o retorno e nos estudos de Geografia social. Na área de cartografia, é membro do grupo de trabalho do Atlas Nacional de Espanha (Red ANEXXI) do Instituto Geográfico Nacional e coordena o projeto da coleção de Atlas temáticos coeditados pelo Le Monde Diplomatique em espanhol e a UNED.
Exerceu o cargo de Pró-reitora de Meios Impressos e Audiovisuais da Universidade Nacional de Educação à Distância e dirigido o Centro de Estudos de Migrações e Exílios (CEME) da UNED, com sede no México e na Espanha.