A Revista de Estudios Brasileños publicou em seu número 8, um dossiê dedicado à fotografia no Brasil. A proposta do dossiê tinha como objetivo refletir sobre áreas de pesquisas estratégicas para a história e para o debate teórico sobre a fotografia brasileira. Tal iniciativa vinha colaborar e contribuir com o trabalho que o Centro de Estudos Brasileiros já desenvolvia desde 2014, com o programa de Residência Artística de Fotografia, para a seleção de projetos expositivos fotográficos.
O dossiê “A fotografia no Brasil” foi coordenado pelos professores Charles Monteiro (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUC-RS, Brasil) e Pablo Rey-García (Universidad Pontificia de Salamanca, Espanha), e no texto de apresentação, afirmam que,
El presente Dossier Fotografía Brasileña presenta una pequeña muestra de la extensa, fecunda y diversa producción académica brasileña en el campo de la fotografía en los últimos diez años. En ese periodo, la fotografía ha consolidado su lugar en el campo académico en varias áreas del conocimiento científico, como Arte, Antropología, Sociología, Historia, Letras y Comunicación Social, entre otras. Pero también, ha consolidado su posición en el campo de las Artes Visuales, recibiendo espacio en las exposiciones, galerías y colecciones de museos de arte.
O dossiê está composto por três artigos. Abre a seção o artigo de Ivaldo Gonçalves de Lima, professor doutor do programa de pós-graduação em Ordenamento Territorial e Ambiental da Universidade Federal Fluminense (UFF, Brasil), intitulado “O gênero da fotografia: da intersubjetividade à intercorporalidade na obra de Alair Gomes”. O autor analisa a obra do fotógrafo brasileiro Alair Gomes, entre os anos de 1960 e 1970, dedicada ao registro do bairro de Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro (Brasil). Mais especificamente,
Neste ensaio, nosso objetivo é elucidar aspectos do contexto socioespacial da fotografia homoerótica de Alair Gomes. Mais precisamente, escrutinamos aspectos desse contexto que justificam e elucidam a homoerotização presente na obra do artista (p. 132).
O segundo texto, “Os Colóquios Latino-Americanos de Fotografia e a institucionalização de uma fotografia brasileira” é de autoria coletiva, de Erika Zerwes e Eduardo Augusto Costa. O trabalho oferece uma perspectiva comparada sobre a institucionalização da fotografia brasileira entre as décadas de 1970 e 1980, e a latino-americana. Para isso, os autores analisam os colóquios latino-americanos, que aconteceram na Cidade do México em 1978 e 1981, evento que criou um espaço de debate entre fotógrafos brasileiros, latino-americanos e europeus.
Fechando o dossiê, encontramos o artigo “Retratos do Brasil Contemporâneo: práticas fotográficas nos séculos XIX e XX”, também de autoria coletiva, assinado por Marcos Felipe de Brum Lopes, Ana Maria Mauad e Mariana Muaze. O texto oferece um debate sobre fotografia e sociedade no Brasil, partindo das análises, para o século XIX, da produção da fotografia de retrato e de paisagem e, para o século XX, a fotografia pública, nos casos da fotografia de imprensa e das agências de estado.
Todos os textos estão disponíveis em acesso aberto na página web da revista.
